(Módulo IV:
Desenvolvimento Embrionário dos Animais)
Tipos de Ovos
Na
última aula vimos que as divisões celulares que ocorrem logo após a
fertilização são chamadas de clivagens
ou segmentações. Durante as clivagens o citoplasma do zigoto ou ovo vai sendo
repartido em células menores e o embrião praticamente não aumenta de tamanho.
O
tipo de clivagem está relacionado com a quantidade de vitelo (material de reserva) presente no ovo (zigoto) e sua
distribuição:
·
ovos
oligolécitos ou isolécitos apresentam pouco vitelo uniformemente distribuído, a nutrição
é dependente da mãe. Ocorre em mamíferos placentários.
·
ovos
heterolécitos ou mediolécitos possuem vitelo concentrado mais em uma parte do
citoplasma, numa quantidade intermediária entre a dos mamíferos e das aves. A
fecundação é externa, o óvulo não possui uma caixa calcária e o zigoto forma
uma embrião que se converte numa larva (girino). A larva retira o complemento
alimentar da natureza. Ocorre nos anfíbios.
Muitos insetos também apresentam fase larval, também possuem uma quantidade intermediária de vitelo mas sua distribuição é diferente, concentrando-se ao redor do núcleo, por isso são chamados centrolécitos.
Muitos insetos também apresentam fase larval, também possuem uma quantidade intermediária de vitelo mas sua distribuição é diferente, concentrando-se ao redor do núcleo, por isso são chamados centrolécitos.
·
ovos
megalécitos ou telolécitos possuem grande quantidade de vitelo, a nutrição
independe da mãe porque o
desenvolvimento é fora do corpo materno. Os ovos são dotados de uma casca calcária
que assegura proteção mas que permite trocas gasosas; apresentam clara (rica em
proteínas) e a gema (rica em lipídios) que corresponde ao vitelo. O núcleo fica
na parte superior da gema, com vitelo ao redor. Ocorre em aves e répteis.
A
região em que se acumula vitelo no ovo é chamada de polo vegetal e a região em que fica localizado o núcleo é chamada polo animal.
A
variação em termos de quantidade e distribuição de vitelo presente no ovo
influência na forma que ele vai se dividir. As clivagens podem ser holobásticas (as células filhas
separam-se completamente) ou meroblásticas/parciais
(quando somente parte do ovo se envolve na segmentação).
Ovos
pobres em vitelo ou vitelo homogeneamente distribuído no citoplasma tem
clivagem holoblástica e as células resultantes da clivagens são aproximadamente
do mesmo tamanho. Fala-se então de clivagem holoblástica igual, característica de ovos oligolécitos.
Se
o vitelo é mais concentrado em um polo ovular, as clivagens levam a formação de
células maiores e mais ricas em vitelo, os macrômeros, e células menores, os
micrômeros. Fala-se, nesse caso, em clivagem holoblástica desigual, característica de ovos heterolécitos. A
segmentação é mais rápida em regiões do
ovo com pouco vitelo.
Em
ovos com bastante vitelo ocorre a clivagem meroblástica
discoidal. As mitoses ocorrem apenas na região do núcleo, sobre a massa de
vitelo dos ovos megalécitos.
Ovos
centrolécitos têm núcleo de vitelo que se dividem e depois migram para a
superfície do ovo onde há individualização de células. Essa segmentação é chamada
de meroblástica superficial.
Anexos
Embrionários
A evolução dos grupos dos
vertebrados está intimamente relacionada à conquista
do ambiente terrestre. Peixes e anfíbios tem fecundação externa, ovo sem
casca e o embrião se desenvolve no meio aquático. A água proporciona
sustentação, trocas gasosas eo local para onde os excretas são eliminados
(geralmente amônia).
Os répteis foram os primeiros
vertebrados que ocuparam definitivamente o ambiente terrestre e para tal
conquista algumas adaptações foram essenciais: fecundação interna (independe da água para o encontro dos gametas),
ovo dotado de casca calcária porosa
(permite trocas gasosas entre embrião e meio externo) que fornece proteção e
cálcio. No entanto, esse embrião está em um espaço limitado e enfrenta
problemas em relação aos seus excretas, ao perigo da desidratação e à afetiva
realização das trocas gasosas. Tais problemas são solucionados com os anexos
embrionários.
Os anexos embrionários são
estruturas membranosas derivadas do embrião e que o auxiliam em sua
sobrevivência, são eles:
· Saco vitelínico - envolve o vitelo,
absorvendo seus nutrientes e os transporta até o embrião por meio de vasos
sanguíneos.
·
Alantoide – forma-se a parir
do arquêntero e assume uma forma de saco. Recebe e acumula os excretas
nitrogenados gerado pelo embrião.
· Âmnio – envolve o embrião
e acumula grande quantidade de líquido. Protege o embrião contra desidratação e
abalos mecânicos.
·
Cório ou serosa – envolve embrião e todos demais
anexos, é um elemento de proteção.
Os
mamíferos apresentam os mesmo anexos presentes em aves e répteis, porém o saco
vitelínico é uma bolsa sem vitelo em seu inteior, a mãe fornece os nutrientes.
Surge a placenta, estrutura que
permite a nutrição e realização de trocas gasosas entre o sangue da mãe e o
sangue do filho. Ela também elimina excretas embrionários para o sangue
materno.
A
placenta resulta do desenvolvimento do cório em contato com o endométrio
(camada interna do útero). O âmnio cresce e adere ao cório. O âmnio também
envolve o alantoide e saco vitelínico, compondo o cordão umbilical, que liga o embrião a placenta.
Exercícios comentados em aula:
LISTA DE EMBRIOLOGIA - http://djalmasantos.wordpress.com/2010/12/05/testes-de-embriologia-44/
Exercícios da Apostila:
Módulo IV: 1, 8, 9