sexta-feira, 19 de abril de 2013

Aula 7 – Desenvolvimento Embrionário 2


 (Módulo IV: Desenvolvimento Embrionário dos Animais)

Tipos de Ovos
Na última aula vimos que as divisões celulares que ocorrem logo após a fertilização são chamadas de clivagens ou segmentações. Durante as clivagens o citoplasma do zigoto ou ovo vai sendo repartido em células menores e o embrião praticamente não aumenta de tamanho.
O tipo de clivagem está relacionado com a quantidade de vitelo (material de reserva) presente no ovo (zigoto) e sua distribuição:

·        ovos oligolécitos ou isolécitos apresentam pouco vitelo uniformemente distribuído, a nutrição é dependente da mãe. Ocorre em mamíferos placentários.
·        ovos heterolécitos ou mediolécitos possuem vitelo concentrado mais em uma parte do citoplasma, numa quantidade intermediária entre a dos mamíferos e das aves. A fecundação é externa, o óvulo não possui uma caixa calcária e o zigoto forma uma embrião que se converte numa larva (girino). A larva retira o complemento alimentar da natureza. Ocorre nos anfíbios.
Muitos insetos também apresentam fase larval, também possuem uma quantidade intermediária de vitelo mas sua distribuição é diferente, concentrando-se ao redor do núcleo, por isso são chamados centrolécitos.
·        ovos megalécitos ou telolécitos possuem grande quantidade de vitelo, a nutrição independe  da mãe porque o desenvolvimento é fora do corpo materno. Os ovos são dotados de uma casca calcária que assegura proteção mas que permite trocas gasosas; apresentam clara (rica em proteínas) e a gema (rica em lipídios) que corresponde ao vitelo. O núcleo fica na parte superior da gema, com vitelo ao redor.  Ocorre em aves e répteis.

A região em que se acumula vitelo no ovo é chamada de polo vegetal e a região em que fica localizado o núcleo é chamada polo animal.
A variação em termos de quantidade e distribuição de vitelo presente no ovo influência na forma que ele vai se dividir. As clivagens podem ser holobásticas (as células filhas separam-se completamente) ou meroblásticas/parciais (quando somente parte do ovo se envolve na segmentação).
Ovos pobres em vitelo ou vitelo homogeneamente distribuído no citoplasma tem clivagem holoblástica e as células resultantes da clivagens são aproximadamente do mesmo tamanho. Fala-se então de clivagem holoblástica igual, característica de ovos oligolécitos.
Se o vitelo é mais concentrado em um polo ovular, as clivagens levam a formação de células maiores e mais ricas em vitelo, os macrômeros, e células menores, os micrômeros. Fala-se, nesse caso, em clivagem holoblástica desigual, característica de ovos heterolécitos. A segmentação  é mais rápida em regiões do ovo com pouco vitelo.
Em ovos com bastante vitelo ocorre a clivagem meroblástica discoidal. As mitoses ocorrem apenas na região do núcleo, sobre a massa de vitelo dos ovos megalécitos.
Ovos centrolécitos têm núcleo de vitelo que se dividem e depois migram para a superfície do ovo onde há individualização de células. Essa segmentação é chamada de meroblástica superficial.

Anexos Embrionários
            A evolução dos grupos dos vertebrados está intimamente relacionada à conquista do ambiente terrestre. Peixes e anfíbios tem fecundação externa, ovo sem casca e o embrião se desenvolve no meio aquático. A água proporciona sustentação, trocas gasosas eo local para onde os excretas são eliminados (geralmente amônia).
            Os répteis foram os primeiros vertebrados que ocuparam definitivamente o ambiente terrestre e para tal conquista algumas adaptações foram essenciais: fecundação interna (independe da água para o encontro dos gametas), ovo dotado de casca calcária porosa (permite trocas gasosas entre embrião e meio externo) que fornece proteção e cálcio. No entanto, esse embrião está em um espaço limitado e enfrenta problemas em relação aos seus excretas, ao perigo da desidratação e à afetiva realização das trocas gasosas. Tais problemas são solucionados com os anexos embrionários.
            Os anexos embrionários são estruturas membranosas derivadas do embrião e que o auxiliam em sua sobrevivência, são eles:

·      Saco vitelínico - envolve o vitelo, absorvendo seus nutrientes e os transporta até o embrião por meio de vasos sanguíneos.
·        Alantoide – forma-se a parir do arquêntero e assume uma forma de saco. Recebe e acumula os excretas nitrogenados gerado pelo embrião.
·     Âmnio – envolve o embrião e acumula grande quantidade de líquido. Protege o embrião contra desidratação e abalos mecânicos.
·        Cório ou serosa – envolve embrião e todos demais anexos, é um elemento de proteção.

Os mamíferos apresentam os mesmo anexos presentes em aves e répteis, porém o saco vitelínico é uma bolsa sem vitelo em seu inteior, a mãe fornece os nutrientes. Surge a placenta, estrutura que permite a nutrição e realização de trocas gasosas entre o sangue da mãe e o sangue do filho. Ela também elimina excretas embrionários para o sangue materno.
A placenta resulta do desenvolvimento do cório em contato com o endométrio (camada interna do útero). O âmnio cresce e adere ao cório. O âmnio também envolve o alantoide e saco vitelínico, compondo o cordão umbilical, que liga o embrião a placenta.

Exercícios comentados em aula:

Exercícios da Apostila:

Módulo IV: 1, 8, 9






quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aula 6 – Desenvolvimento Embrionário


 (Módulo IV: Desenvolvimento Embrionário dos Animais)

Um animal, como o ser humano, é formado por trilhões de células oriundas de um zigoto. O zigoto é uma célula diploide resultante da união do espermatozoide e do óvulo. Após sucessivas mitoses, o zigoto gera as células que se diferenciam e passam a ter funções especializadas, gerando os tecidos (sanguíneo, nervoso, muscular etc.)
Nessa aula estudaremos o desenvolvimento de um organismo desde o zigoto até a definição dos componentes do seu corpo. As etapas desse desenvolvimento são: fertilização, segmentação ou clivagem, formação da blástula, formação da gástrula, formação da nêurula e organogênese. Boa parte dessas informações são referentes ao desenvolvimento de um animal cordado simples chamado anfioxo.

Fertilização
         Também chamada de fecundação, é o momento da reprodução sexuada em que há a união do gameta masculino (espermatozoide) e do gameta feminino (ovócito II, que completa a meiose gerando um óvulo e um glóbulo polar). Os núcleos dos gametas fundem-se num processo chamado anfimixia, dando origem ao zigoto. O zigoto é uma célula diploide com metade dos cromossomos de origem paterna e metade, com origem materna. O citoplasma e organelas do zigoto vem do óvulo, inclusive a mitocôndria. Sendo assim o DNA mitocondrial tem origem materna, bem com todas as células do individuo que ali começam a se formar.
         A fecundação pode ser externa (como em alguns peixes) e interna. Quando a fecundação é interna, existem três possibilidades:
·         vivíparo – o desenvolvimento ocorrre, até o nascimento, dentro do organismo materno. Exemplo: espécie humana;
·         ovíparo – fêmea bota ovo já fecundado e no início do desenvolvimento embrionário, que se completa fora do organismo materno. Exemplo: aves;
·         ovovivíparo - embrião se desenvolve dentro do ovo, mas ainda no organismo materno. Exemplo: alguns peixes e répteis.

Segmentação ou clivagem
O zigoto começa a se dividir por mitoses gerando duas células filhas chamadas blastômeros. Após as primeiras clivagens do zigoto, o embrião é uma bola maciça de blastômeros denominada mórula.

Formação da blástula
O acúmulo de líquido entre as células embrionárias produz uma cavidade no interior do embrião, a blastocele, e esse estágio é chamado blástula. A blastocele não se comunica com o meio externo.

Formação da gástrula
As células do embrião se movimentam ativamente. Blastômeros menores (micrômeros) dividem-se mais rápido que blastômeros maiores (macrômeros) forçando-os a dobrarem-se para o interior da blastocele formando uma invaginação. O embrião passa a ter duas camadas de células: a endoderma (interna) e a ectoderma (externa).
A  blastocele desaparece, é formada uma cavidade chamada gastrocele ou arquêntero ou intestino primitivo (que originará a cavidade digestiva) e o blastóporo (abertura da gastrocele). Os animais em que o blastóporo origina a boca ou boca e ânus são chamados de protostômios (anelídeos, moluscos, artrópodes) e aqueles em que o blastóporo origina o ânus e nunca a boca, são chamados de deuterostômios (equinodermos, cordados).
Na gastrulação são formados os folhetos embrionários ou germinativos. Nesse momento observamos a formação da ectoderme e da endoderme. Os animais que possuem apenas dois folhetos embrionários são chamados diblásticos (ex. Cnidários). Nos demais animais há diferenciação de um terceiro folheto que se dispõe entre a ecto e a endomerme. Esse folheto recebe o nome de mesoderme e tais animais são chamados de triblásticos.

Formação da Nêurula
         Nessa fase começa a se formar o Sistema Nervoso. O ectoderma dorsal forma uma placa neural que sofrerá invaginação que originará o tubo neural de onde se forma todo o sistema nervoso.
         A partir da mesoderme, se forma uma estrutura paralela ao tubo neural chamada notocorda. Ela tem função de sustentação no embrião e nos vertebrados é substituída pela coluna vertebral. Lateralmente a notocorda, a mesoderme forma dois compartimentos e no interior deles há uma cavidade chamada celoma.
O celoma é uma cavidade totalmente revestida por mesoderme e nele se alojam os órgãos viscerais no adulto. Em relação ao celoma, os animais podem ser classificados como acelomados (quando a mesoderme preenche totalmente o espaço entre a ecto e a endoderme); pseudocelomados (quando a mesoderme delimita parte da cavidade e a endoderme outra, ou seja, a cavidade não é completamente revestida pela mesoderme); celomados (quando a cavidade celomática é completamente revestida pela mesoderme).

Organogênese
A partir dos folhetos embrionários formam-se os tecidos e órgãos do corpo do embrião, por um processo conhecido como organogênese.:
·      Ectoderma, que recobre o embrião externamente, origina epiderme e anexos, sistema nervoso (na neurulação com a formação do tubo neural) e órgãos do sentido.
·      Endoderma, camada interna, origina o tubo digestivo, glândulas anexas (fígado, pâncreas) e revestimento interno do sistema respiratório.
·      Mesoderme, camada que fica entre o ecto e o endoderme, , origina a derme, ossos, cartilagem, músculos, sistemas excretor, circulatório e genital.

Células Tronco Embrionárias
As células tronco  são células não diferenciadas, sem função determinada, e que possuem a capacidade de se transformar em diversos tipos de tecidos que formam o corpo humano.
 Elas podem ser obtidas de um organismo já formado através do cordão umbilical, da placenta e da medula oferecendo baixo risco de rejeição em tratamentos médicos mas sua capacidade de transformação é menor que as das células tronco embrionárias.
As células tronco embrionárias são extraídas do organismos ainda na fase embrionária, apresentam grande capacidade de  se transformar em qualquer outro tipo de célula. Embora apresentem esta importante capacidade, as pesquisas médicas com estes tipos de células ainda encontram-se em fase de testes e muitas vezes entram em conflito com questões éticas por manipular ou “sacrificar” embriões humanos.
Acredita-se que as células-tronco possam ser empregadas no futuro na cura de doenças como mal de Alzheimer, Parkinson, diabetes, lesões etc.


Exercícios comentados em aula:
è Lista impressa e entregue aos alunos presentes.

Para saber mais:

Por detrás do último ato da ciência-espetáculo: as células-tronco embrionárias - http://www.scielo.br/pdf/%0D/ea/v19n55/17.pdf

Entenda o que são células-tronco embrionárias


Como funcionam as células tronco: http://ciencia.hsw.uol.com.br/celulas-tronco.htm




Exercícios da Apostila:

Módulo IV: 2, 3, 4, 6, 10 e 12






quinta-feira, 4 de abril de 2013

Aula 5 – Reino Protista 2: Protozoonoses


 (Módulo III: Protozooses)

Reino Protista: Protozoários Parasitas
         Existem protozoários que são parasitas da espécie humana e causam doenças, as chamadas protozoonoses. Vamos estudar as mais comuns no Brasil: Amebíase, doença de Chagas, Giardíase, Leishmaniose, Úlcera de Bauru, Tricomoníase, Balantídiose, Malária e Toxoplasmose.
         Alguns termos são importantes quando estudamos os ciclos de tais doenças, são eles:
§  Agente etiológico – agente causador da doença.
§  Vetor – agente que transmite a doença. Pode ser um ser vivo ou água e alimentos contaminados.
§  Hospedeiros – organismos que alojam o parasita.
§  Sintomas – como o organismo reage ao parasita.
§  Profilaxia – medidas de prevenção da doença.
§  Ciclo Heteroxeno – ciclo em que o parasita necessita de dois hospedeiros (intermediário – onde ocorre a reprodução assexuada;  definitivo – onde ocorre a reprodução sexuada).

Malária
         A malária afeta milhões de pessoas em todo mundo, principalmente em regiões tropicais. Também é conhecida por febre terçã, maleita ou febre intermitente.      
         Ela é causada por esporozoários do gênero Plasmodium que tem o homem como hospedeiro, três espécies ocorrem no Brasil: P. vivax, P. malariae e P. falciparum. O plasmódio é transmitido ao homem pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como mosquito-prego ou carapanã.
         Durante seu ciclo de vida, o Plasmodium pode se apresentar sob diferentes formas. No corpo humano é encontrado dentro de hemácias (glóbulos vermelhos) e em células hepáticas numa forma ovalada chamada merozoíto. No corpo do vetor, tem uma forma alongada com núcleo central chamada esporozoíto, presente nas glândulas salivares.
         O ciclo se inicia quando os esporozoítos caem na corrente sanguínea humana com a saliva do mosquito-prego. Vão para o fígado e desenvolvem estágios ameboides dentro das células hepáticas. Cada parasita sofre fissão múltipla ou esquizogônia, produzindo milhares de merozoítos, que são liberados para o sangue e invadem as hemácias onde se reproduzem novamente por fissão múltipla e causam lise (ruptura) celular, são liberados e invadem novas hemácias. Em algumas hemácias há um processo de diferenciação celular que origina células chamadas gametócitos (precursoras de gametas) que são liberadas no sangue circulante e podem ser digeridos por um mosquito que se alimenta do sangue de um indivíduo contaminado.
         No tubo digestivo do mosquito os gametócitos se diferenciam em gametas, fundem-se e formam zigotos que se fixam na parede do estomago do mosquito, desenvolvem-se em cistos e liberam milhares de esporozoitos. Os esporozoitos se alojarão nas glândulas salivares do mosquito podendo ser transmitido, pela picada, para outro individuo.
Essa doença se caracteriza por acessos febris cíclicos. Quando as hemácias se rompem, os merozoítos são liberados e também toxinas que causam a febre. Devido ao ciclo, o individuo pode apresentar problemas hepáticos (parte das células do fígado é destruída pelo parasita), anemia (um grande número de hemácias é destruído).
A duração dos intervalos entre cada acesso de febre depende da espécie de plasmódio que está causando a doença:
- Plasmodium vivax – febre de 48 em 48h (febre terça benigna);
- Plasmodium malarie – febre de 72 em 72h (febre quartã);
- Plasmodium falciparum – febre irregular, de 36 a 48h (febre terçã maligna).
No Brasil, a malária ocorre mais na região Norte e parte da região Centro-Oeste. As medidas de profilaxia consistem basicamente em tratar os doentes (elimina fonte de infecção e reservatório), combate ao vetor, se proteger do mosquito.
Existem vários medicamentos a base de quinino utilizados no combate a doença, mas não conseguem destruir as formas parasitárias alojadas no fígado. Associações de medicamentos podem produzir bons resultados, principalmente em tratamentos precoces.

Toxoplasmose
         Causada pelo esporozoário Toxoplasma gondii. O hospedeiro definitivo é o gato e o homem e outros animais são hospedeiros intermediários. A transmissão pode ser por via oral (ingestão de formas infectantes) ou transmissão congênita (pela placenta). A toxoplasmose congênita pode causar lesões oculares, afetar o sistema nervoso e até mesmo aborto ou sérias anomalias na criança. Existem tratamentos eficazes, mas medidas como higiene alimentar e cuidados com animais de criação (principalmente fezes de gatos) são muito importantes.

Balantidiose
         É causada pelo ciliado Balantidium coli que pode ser transmitido pela ingestão de água ou alimentos contaminados com fezes contendo cistos. O principal sintoma é uma disenteria com sangue, devido a lesões no intestino. O tratamento dos doentes, implementação de saneamento básico e medidas de higiene são ações de profilaxia para essa doença.

Amebíase
         O agente etiológico da amebíase é o ameboide Entamoeba histolytica que causa diarreias intensas, com muco e sangue. É transmitido pela ingestão de água e alimentos contaminados com fezes contendo cistos do parasita. As medidas profiláticas são: implementação de saneamento básico, higiene pessoal (água filtrada e/ou fervida, higiene com os alimentos) e tratamento dos doentes.

Doença de Chagas
         É uma doença diretamente ligada às condições socioeconômicas  humanas e é um dos problemas médicos mais sérios do nosso país. Estima-se que o Brasil tenha cerca de 8 milhões de pessoas com o mal de Chagas, principalmente na zona rural. Carlos Chagas, pesquisador brasileiro, começou a trabalhar com a doença no começo do século XX e descobriu seu causador, os transmissores, reservatórios naturais e ainda parte dos sintomas.
         O causador é um flagelado, o Trypanosoma cruzi. O protozoário é transmitido ao homem pelo barbeiro (inseto do gênero Triatoma). O barbeiro tem hábito hematófago e ao ingerir o sangue de uma pessoa contaminada ou de um reservatório natural (tatu, gambá) ingere as formas infectantes do parasita.  Ao picar uma pessoa não doente, defeca, e, nas fezes, estão as formas infectantes do parasita. Ao coçar o local da picada, o individuo facilita o contato do parasita com a corrente sanguínea. Também pode ser transmitido por transfusão de sangue contaminado.
         No corpo humano, o tripanossomo pode atingir diferentes tecidos corporais onde se reproduzem. São comuns reações inflamatórias, e hipertrofia de órgãos como cardiomegalia (dilatação do coração), megaesofagia (aumento da parede do esôfago), megacolia (aumento da parede intestinal) e outros decorrentes do local em que o parasita se desenvolve.
         As medidas de profilaxia envolvem o combate ao vetor (no estado de São Paulo essa medida provocou um grande queda no número de casos do mal de Chagas), melhoria das habitações (reforma das casas ou preenchimento das frestas onde o barbeiro se reproduz), cuidados nas transfusões de sangue.
         A doença de Chagas ainda não tem cura, portanto as medidas de profilaxia são de extrema importância.

Giardíase
         Causada pelo flagelado Giardia lamblia. A infecção se dá geralmente pela ingestão de cistos na água ou nos alimentos contaminados.  É uma doença que costuma ser assintomática, no entanto, há casos que certos sintomas podem ser percebidos: dores abdominais, náusea e vômitos, diarreia, má absorção de nutrientes. Ocorre no mundo todo e é mais frequente em crianças devido a falta de higiene. Como medidas profiláticas destaca-se o tratamento dos doentes (é eficiente com as drogas apropriadas), higiene pessoal. Tratamento de água e cuidados com os alimentos.

Leishmaniose
         É um termo que reúne várias protozoonoses com agentes etiológicos flagelados do gênero Leishmania. São transmitidos ao homem pela picada de mosquitos hematófagos conhecidos popularmente como mosquitos-palha (gênero Phlebotomus). Pode se manifestar de diferentes maneiras de acordo com a espécie infectante:
- Leishmania brasiliensis – causa a Úlcera de Bauru. O parasita habita células da pele acarretando lesões sérias na região facial. O uso de medicamento só é eficaz quando a doença é identificada precocemente.
- Leishmania tropica – Lesões cutâneas no local da picada do inseto, normalmente com cura espontânea. Restrita à Europa e Ásia.

Tricomoníase
         É uma DST (doença sexualmente transmissível) causada pelo flagelado Trichomonas vaginalis  que vive no trato urogenital masculino e feminino. É transmitido por contato sexual, uso de roupas íntimas contaminadas ou uso de banheiros e sanitários sem condições de higiene. Causa sérias inflamações na mulher.
         Há tratamento e a profilaxia consiste basicamente em cuidados de higiene pessoal e também na prática sexual, como o uso de preservativos.
        
Dica
         Com o estudo de protozoonoses finalizamos o conteúdo sobre o Reino Protista. Dediquem parte dos estudos a essa parte que envolve doenças, elas aparecem na maioria das questões sobre protozoários e a chance desse assunto ser cobrado é muito grande.
         Para facilitar a memorização você pode esquematizar as principais informações sobre as doenças em uma tabela, como no exemplo abaixo:

Doença
Agente etiológico
Transmissão
Profilaxia
Malária
Plasmódio (esporozoário)
Picada do mosquito-prego (esporozoitos na saliva)
Combate ao vetor, tratamento dos doentes


Exercícios comentados em aula:

(UNESP – SP) Uma determinada moléstia que pode causar lesões nas mucosas, pele e cartilagem é transmitida por um artrópode e causada por um protozoário flagelado. Os nomes da doença, do artrópode transmissor e do agente causador são, respectivamente:                                                                                                                                                                                                             A)   Leishmaniose, mosquito anófeles e Leishmania brasiliensis.B)   Úlcera de Bauru, mosquito cúlex e Plasmodium vivax.C)   Doença do sono, mosca tsé-tsé e Trypanosoma cruzi.D)   Doença de Chagas, barbeiro e Trypanossoma gambiensis.E)   Úlcera de Bauru, mosquito flebótomo e Leishmania brasiliensis.

(PUC – SP) O gráfico abaixo tem relação com o ciclo de um protozoário parasita pertencente ao gênero Plasmodium. Nele são mostradas as variações de temperatura corpórea em função do tempo de pessoas infectadas pelo parasita:  As setas no gráfico indicam o momento em que uma das formas de vida desse parasita:
A)   Entrou na circulação por meio da picada de um inseto contaminado.
B)   Apresentou alta taxa de reprodução no fígado.
C)   Apresentou alta taxa de reprodução nas fibras cardíacas.
D)   Foi liberado no sangue, após o rompimento das hemácias.
E)   Causou sérias lesões no intestino
(UFRS) Leia o texto abaixo.No Rio grande do Sul, o índice de toxoplasmose na população é alarmante, destacando-se as lesões oftálmicas e as malformações fetais causadas por esta doença. Além da contaminação através de animais domésticos, principalmente do gato, o homem pode adquirir a doença por meio da ingestão de linguiça e carnes mal cozidas que estejam contaminadas. Já a leptospirose é uma zoonose causada por roedores, podendo o homem ser infectado ao entrar em contato com a urina dos ratos.
Indique a alternativa que apresenta, respectivamente, os agentes causadores da toxoplasmose e da leptospirose:A)   Protozoário-vírus
B)   Inseto – verme
C)   Protozoário – bactéria
D)   Verme – protozoário
E)   Bactéria - vírus

Para saber mais:

Pesquisa sobre malária causada por Plasmodium vivax precisa ser ampliada -  http://agencia.fapesp.br/16979

53 testes on-line sobre protozoários e doenças - http://aprendaki.webcindario.com/testes/teste15.htm


Vídeo Ciclo da Malária - http://www.youtube.com/watch?v=O4p-_8oD68w

Pesquisa demonstra interação em agente causador da doença de Chagas - http://www.unicamp.br/unicamp/ju/526/pesquisa-demonstra-intera%C3%A7%C3%A3o-em-agente-causador-da-doen%C3%A7a-de-chagas


Exercícios da Apostila:

Módulo II: 5, 10, 11
Módulo III: 5, 6, 7, 8, 9, 10, 11, 12, 13

Aula 4 – Reino Protista 2: Protozoários


 (Módulo II: Reino Protista e Protozooses)

Reino Protista
         Na Biologia, há grande divergência a respeito da validade desse reino e dos organismos nele inclusos: os protozoários e as algas.
As algas se assemelham às plantas devido a parede celular de celulose e serem fotossintetizantes; no entanto são mais simples, boa parte é unicelular e as multicelulares não possuem tecidos ou órgãos diferenciados. Os protozoários não apresentam parede celular e são heterótrofos, como os animais, mas são unicelulares.

Protozoários
Fisiologicamente a célula de um protozoário é um organismo completo pois realiza todas as funções encontradas em um organismo multicelular, além dos processos celulares fundamentais. São organismos formados por uma única célula que se locomovem, capturam, digerem e assimilam alimento, eliminam resíduos não aproveitáveis, respiram, secretam e excretam substâncias, crescem e se reproduzem.
                Como a classificação dos protozoários tem mudado muito, a divisão em 4 filos baseados na presença e no tipo de estrutura locomotora, não são mais aceitos. São considerados diversos filos, cujas relações filogenéticas ainda estão sendo estudadas. Aqui vamos tratar os protozoários em 4 grupos, sem situá-los nos filos em que estão atualmente. São eles: protozoários ameboides, flagelados, ciliados e esporozoários.

Protozoários Amebóides
         Deslocam-se ou capturam alimento por meio de pseudópodes, constituem cerca de 5 filos, antes considerados do Filo Sarcodina.
         Existem espécies de vida livre de ambiente aquático ou parasitas. Podemos citar como exemplo as amebas que emitem pseudópodes para se alimentar (de pequenos protozoários e algas) por fagocitose e num tipo de locomoção chamado de movimento ameboide (movimento também observado nos glóbulos brancos do sangue humano).
         As células da ameba, como de outros protozoários de água doce, são hipertônicas em relação ao meio externo (a concentração de sais e soluto é maior dentro das células) e a água acaba entrando como consequência da osmose. A água em excesso é eliminada pelo vacúolo contrátil.
         Divisão binária é a forma de reprodução mais comum.
         Doença causada por ameboides: amebíase ou disenteria amebiana.

Protozoários Flagelados
Deslocam-se ou obtém alimento por meio de flagelo, compõem cerca de 8 filos que antes eram agrupados no filo Flagellata ou Mastigophora. Podem ser de vida livre, parasitas ou viver em associação mutualística, como por exemplo, espécies que vivem no intestino de cupins e baratas digerindo a celulose que estes animais não conseguem digerir.
A maioria se reproduz por divisão binária, assexuadamente.
Doenças causadas por flagelados: doença de Chagas, Giardíase, Leishmaniose e Tricomoníase.

Protozoários Ciliados
         Deslocam-se ou obtém alimento por meio de cílios. É o único grupo que se mantém igual à classificação tradicional no filo Ciliophora. São de vida livre no ambiente aquático ou parasitas, possuindo formas diversificadas.      
         Um bom exemplo de ciliado é o paramécio, comum em água doce. O paramécio possui 2 núcleos: o macronúcleo (regula o metabolismo da célula) e o micronúcleo (pequeno e participa só dos processos de reprodução).
         A reprodução sexuada dos ciliados é chamada de conjugação: 2 indivíduos se unem, os macronúcleos degeneram e os micronúcleos sofrem meiose. Há troca de micronúcleos, seguida de fusão. Por meio de divisões celulares, chega-se ao final da conjugação com células-filhas com o mesmo número de macro e micronúcleos dos 2 ciliados iniciais. Não há formação de gameta. A reprodução assexuada é a divisão binária transversal.
         Apresentam vacúolo contrátil para regulação osmótica.
         Doença causada por ciliados: Balantidiose.

Protozoários Esporozoários
         Não possuem estruturas especiais para deslocamento, são todos parasitas absorvem ou fazem pinocitose para se alimentar. Constituem 2 filos e antes eram tratados como do filo Sporozoa.
         Possuem ciclo de vida complexo em que surgem formas de vida chamadas esporozoítos, que tem origem no interior de esporos especiais. Há várias espécies parasitas do ser humano.
         Doenças causadas por esporozoários: Malária e Toxoplasmose.

Exercício comentado em aula:
Os protozoários são organismos que em sua maioria habitam o ambiente aquático, entretanto, não apresentam parede celular. Eles apresentam como mecanismo para eliminar o excesso de água absorvido, em ambiente dulcícola, uma estrutura que permite a osmorregulação. Essa estrutura é conhecida como:
a) Vacúolos contráteis
b) Pseudópodes
c) Membrana Plasmática
d) Flagelos
e) Cílios

Para saber mais:


Movimento por pseudópode - http://youtu.be/7pR7TNzJ_pA

Paramécio se alimentando - http://youtu.be/fh_yjLppNAg

Exercícios da Apostila:

Módulo II – 1, 6
Módulo III – 3, 14