sexta-feira, 19 de abril de 2013

Aula 7 – Desenvolvimento Embrionário 2


 (Módulo IV: Desenvolvimento Embrionário dos Animais)

Tipos de Ovos
Na última aula vimos que as divisões celulares que ocorrem logo após a fertilização são chamadas de clivagens ou segmentações. Durante as clivagens o citoplasma do zigoto ou ovo vai sendo repartido em células menores e o embrião praticamente não aumenta de tamanho.
O tipo de clivagem está relacionado com a quantidade de vitelo (material de reserva) presente no ovo (zigoto) e sua distribuição:

·        ovos oligolécitos ou isolécitos apresentam pouco vitelo uniformemente distribuído, a nutrição é dependente da mãe. Ocorre em mamíferos placentários.
·        ovos heterolécitos ou mediolécitos possuem vitelo concentrado mais em uma parte do citoplasma, numa quantidade intermediária entre a dos mamíferos e das aves. A fecundação é externa, o óvulo não possui uma caixa calcária e o zigoto forma uma embrião que se converte numa larva (girino). A larva retira o complemento alimentar da natureza. Ocorre nos anfíbios.
Muitos insetos também apresentam fase larval, também possuem uma quantidade intermediária de vitelo mas sua distribuição é diferente, concentrando-se ao redor do núcleo, por isso são chamados centrolécitos.
·        ovos megalécitos ou telolécitos possuem grande quantidade de vitelo, a nutrição independe  da mãe porque o desenvolvimento é fora do corpo materno. Os ovos são dotados de uma casca calcária que assegura proteção mas que permite trocas gasosas; apresentam clara (rica em proteínas) e a gema (rica em lipídios) que corresponde ao vitelo. O núcleo fica na parte superior da gema, com vitelo ao redor.  Ocorre em aves e répteis.

A região em que se acumula vitelo no ovo é chamada de polo vegetal e a região em que fica localizado o núcleo é chamada polo animal.
A variação em termos de quantidade e distribuição de vitelo presente no ovo influência na forma que ele vai se dividir. As clivagens podem ser holobásticas (as células filhas separam-se completamente) ou meroblásticas/parciais (quando somente parte do ovo se envolve na segmentação).
Ovos pobres em vitelo ou vitelo homogeneamente distribuído no citoplasma tem clivagem holoblástica e as células resultantes da clivagens são aproximadamente do mesmo tamanho. Fala-se então de clivagem holoblástica igual, característica de ovos oligolécitos.
Se o vitelo é mais concentrado em um polo ovular, as clivagens levam a formação de células maiores e mais ricas em vitelo, os macrômeros, e células menores, os micrômeros. Fala-se, nesse caso, em clivagem holoblástica desigual, característica de ovos heterolécitos. A segmentação  é mais rápida em regiões do ovo com pouco vitelo.
Em ovos com bastante vitelo ocorre a clivagem meroblástica discoidal. As mitoses ocorrem apenas na região do núcleo, sobre a massa de vitelo dos ovos megalécitos.
Ovos centrolécitos têm núcleo de vitelo que se dividem e depois migram para a superfície do ovo onde há individualização de células. Essa segmentação é chamada de meroblástica superficial.

Anexos Embrionários
            A evolução dos grupos dos vertebrados está intimamente relacionada à conquista do ambiente terrestre. Peixes e anfíbios tem fecundação externa, ovo sem casca e o embrião se desenvolve no meio aquático. A água proporciona sustentação, trocas gasosas eo local para onde os excretas são eliminados (geralmente amônia).
            Os répteis foram os primeiros vertebrados que ocuparam definitivamente o ambiente terrestre e para tal conquista algumas adaptações foram essenciais: fecundação interna (independe da água para o encontro dos gametas), ovo dotado de casca calcária porosa (permite trocas gasosas entre embrião e meio externo) que fornece proteção e cálcio. No entanto, esse embrião está em um espaço limitado e enfrenta problemas em relação aos seus excretas, ao perigo da desidratação e à afetiva realização das trocas gasosas. Tais problemas são solucionados com os anexos embrionários.
            Os anexos embrionários são estruturas membranosas derivadas do embrião e que o auxiliam em sua sobrevivência, são eles:

·      Saco vitelínico - envolve o vitelo, absorvendo seus nutrientes e os transporta até o embrião por meio de vasos sanguíneos.
·        Alantoide – forma-se a parir do arquêntero e assume uma forma de saco. Recebe e acumula os excretas nitrogenados gerado pelo embrião.
·     Âmnio – envolve o embrião e acumula grande quantidade de líquido. Protege o embrião contra desidratação e abalos mecânicos.
·        Cório ou serosa – envolve embrião e todos demais anexos, é um elemento de proteção.

Os mamíferos apresentam os mesmo anexos presentes em aves e répteis, porém o saco vitelínico é uma bolsa sem vitelo em seu inteior, a mãe fornece os nutrientes. Surge a placenta, estrutura que permite a nutrição e realização de trocas gasosas entre o sangue da mãe e o sangue do filho. Ela também elimina excretas embrionários para o sangue materno.
A placenta resulta do desenvolvimento do cório em contato com o endométrio (camada interna do útero). O âmnio cresce e adere ao cório. O âmnio também envolve o alantoide e saco vitelínico, compondo o cordão umbilical, que liga o embrião a placenta.

Exercícios comentados em aula:

Exercícios da Apostila:

Módulo IV: 1, 8, 9






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