quarta-feira, 10 de abril de 2013

Aula 6 – Desenvolvimento Embrionário


 (Módulo IV: Desenvolvimento Embrionário dos Animais)

Um animal, como o ser humano, é formado por trilhões de células oriundas de um zigoto. O zigoto é uma célula diploide resultante da união do espermatozoide e do óvulo. Após sucessivas mitoses, o zigoto gera as células que se diferenciam e passam a ter funções especializadas, gerando os tecidos (sanguíneo, nervoso, muscular etc.)
Nessa aula estudaremos o desenvolvimento de um organismo desde o zigoto até a definição dos componentes do seu corpo. As etapas desse desenvolvimento são: fertilização, segmentação ou clivagem, formação da blástula, formação da gástrula, formação da nêurula e organogênese. Boa parte dessas informações são referentes ao desenvolvimento de um animal cordado simples chamado anfioxo.

Fertilização
         Também chamada de fecundação, é o momento da reprodução sexuada em que há a união do gameta masculino (espermatozoide) e do gameta feminino (ovócito II, que completa a meiose gerando um óvulo e um glóbulo polar). Os núcleos dos gametas fundem-se num processo chamado anfimixia, dando origem ao zigoto. O zigoto é uma célula diploide com metade dos cromossomos de origem paterna e metade, com origem materna. O citoplasma e organelas do zigoto vem do óvulo, inclusive a mitocôndria. Sendo assim o DNA mitocondrial tem origem materna, bem com todas as células do individuo que ali começam a se formar.
         A fecundação pode ser externa (como em alguns peixes) e interna. Quando a fecundação é interna, existem três possibilidades:
·         vivíparo – o desenvolvimento ocorrre, até o nascimento, dentro do organismo materno. Exemplo: espécie humana;
·         ovíparo – fêmea bota ovo já fecundado e no início do desenvolvimento embrionário, que se completa fora do organismo materno. Exemplo: aves;
·         ovovivíparo - embrião se desenvolve dentro do ovo, mas ainda no organismo materno. Exemplo: alguns peixes e répteis.

Segmentação ou clivagem
O zigoto começa a se dividir por mitoses gerando duas células filhas chamadas blastômeros. Após as primeiras clivagens do zigoto, o embrião é uma bola maciça de blastômeros denominada mórula.

Formação da blástula
O acúmulo de líquido entre as células embrionárias produz uma cavidade no interior do embrião, a blastocele, e esse estágio é chamado blástula. A blastocele não se comunica com o meio externo.

Formação da gástrula
As células do embrião se movimentam ativamente. Blastômeros menores (micrômeros) dividem-se mais rápido que blastômeros maiores (macrômeros) forçando-os a dobrarem-se para o interior da blastocele formando uma invaginação. O embrião passa a ter duas camadas de células: a endoderma (interna) e a ectoderma (externa).
A  blastocele desaparece, é formada uma cavidade chamada gastrocele ou arquêntero ou intestino primitivo (que originará a cavidade digestiva) e o blastóporo (abertura da gastrocele). Os animais em que o blastóporo origina a boca ou boca e ânus são chamados de protostômios (anelídeos, moluscos, artrópodes) e aqueles em que o blastóporo origina o ânus e nunca a boca, são chamados de deuterostômios (equinodermos, cordados).
Na gastrulação são formados os folhetos embrionários ou germinativos. Nesse momento observamos a formação da ectoderme e da endoderme. Os animais que possuem apenas dois folhetos embrionários são chamados diblásticos (ex. Cnidários). Nos demais animais há diferenciação de um terceiro folheto que se dispõe entre a ecto e a endomerme. Esse folheto recebe o nome de mesoderme e tais animais são chamados de triblásticos.

Formação da Nêurula
         Nessa fase começa a se formar o Sistema Nervoso. O ectoderma dorsal forma uma placa neural que sofrerá invaginação que originará o tubo neural de onde se forma todo o sistema nervoso.
         A partir da mesoderme, se forma uma estrutura paralela ao tubo neural chamada notocorda. Ela tem função de sustentação no embrião e nos vertebrados é substituída pela coluna vertebral. Lateralmente a notocorda, a mesoderme forma dois compartimentos e no interior deles há uma cavidade chamada celoma.
O celoma é uma cavidade totalmente revestida por mesoderme e nele se alojam os órgãos viscerais no adulto. Em relação ao celoma, os animais podem ser classificados como acelomados (quando a mesoderme preenche totalmente o espaço entre a ecto e a endoderme); pseudocelomados (quando a mesoderme delimita parte da cavidade e a endoderme outra, ou seja, a cavidade não é completamente revestida pela mesoderme); celomados (quando a cavidade celomática é completamente revestida pela mesoderme).

Organogênese
A partir dos folhetos embrionários formam-se os tecidos e órgãos do corpo do embrião, por um processo conhecido como organogênese.:
·      Ectoderma, que recobre o embrião externamente, origina epiderme e anexos, sistema nervoso (na neurulação com a formação do tubo neural) e órgãos do sentido.
·      Endoderma, camada interna, origina o tubo digestivo, glândulas anexas (fígado, pâncreas) e revestimento interno do sistema respiratório.
·      Mesoderme, camada que fica entre o ecto e o endoderme, , origina a derme, ossos, cartilagem, músculos, sistemas excretor, circulatório e genital.

Células Tronco Embrionárias
As células tronco  são células não diferenciadas, sem função determinada, e que possuem a capacidade de se transformar em diversos tipos de tecidos que formam o corpo humano.
 Elas podem ser obtidas de um organismo já formado através do cordão umbilical, da placenta e da medula oferecendo baixo risco de rejeição em tratamentos médicos mas sua capacidade de transformação é menor que as das células tronco embrionárias.
As células tronco embrionárias são extraídas do organismos ainda na fase embrionária, apresentam grande capacidade de  se transformar em qualquer outro tipo de célula. Embora apresentem esta importante capacidade, as pesquisas médicas com estes tipos de células ainda encontram-se em fase de testes e muitas vezes entram em conflito com questões éticas por manipular ou “sacrificar” embriões humanos.
Acredita-se que as células-tronco possam ser empregadas no futuro na cura de doenças como mal de Alzheimer, Parkinson, diabetes, lesões etc.


Exercícios comentados em aula:
è Lista impressa e entregue aos alunos presentes.

Para saber mais:

Por detrás do último ato da ciência-espetáculo: as células-tronco embrionárias - http://www.scielo.br/pdf/%0D/ea/v19n55/17.pdf

Entenda o que são células-tronco embrionárias


Como funcionam as células tronco: http://ciencia.hsw.uol.com.br/celulas-tronco.htm




Exercícios da Apostila:

Módulo IV: 2, 3, 4, 6, 10 e 12






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